A SuperVia teve cerca de 130 km de cabos furtados entre março de 2022 e fevereiro deste ano. Para se ter uma ideia, essa quantidade de fios daria para fazer o trajeto entre as estações da Central do Brasil e Guapimirim duas vezes. Somente de janeiro a março de 2023, foram registradas 193 ocorrências de furto de cabos, totalizando mais de 12 km de cabos furtados neste ano.
O ramal de Deodoro aparece no topo do ranking quando se trata do número de ocorrências de furtos e os trechos mais problemáticos são entre as estações de Riachuelo e Engenho Novo e entre Engenho de Dentro e Quintino.
O ramal Deodoro só perde para Japeri no quesito metragem de fios furtados. Em Japeri, as ações são de quadrilhas estruturadas e organizadas e os criminosos conseguem subtrair maior quantidade de cabos. De acordo com os dados da área de segurança da SuperVia, em 2022, a estação de Comendador Soares, do ramal de Japeri, foi a recordista em furtos, com 86 casos. O pódio ainda conta com Cascadura no segundo lugar e Mesquita no terceiro, com 64 e 61 registros, respectivamente.
Entre fevereiro de 2022 e março de 2023, a SuperVia teve 1.701 ocorrências de furto de cabos em seu sistema. São mais de quatro furtos por dia que, além de representarem prejuízo financeiro de mais de R$ 12 milhões para a empresa, também afetam a operação de trens e causam transtornos aos clientes.
Quando aproximamos esses números da realidade do dia a dia, entendemos o quanto os furtos prejudicam o cidadão. Por conta da ação dos criminosos, que muitas vezes furtam cabos essenciais para a sinalização da via férrea, precisamos reduzir a velocidade dos trens e, consequentemente, aumentar o intervalo entre as composições. Sem contar com as ocasiões em que é necessário parar a circulação das composições para garantir a segurança de colaboradores e clientes. Isso representa uma perda enorme para a SuperVia, para o nosso cliente, que só deseja chegar ao seu destino com rapidez, e também para a sociedade. O tempo perdido no transporte público representa prejuízo para a economia - diz André Pacheco, gerente de segurança da SuperVia.
Cabe ressaltar que o ramal Deodoro é o mais importante para a operação de trens, pois interliga os ramais Japeri e Santa Cruz, além de receber os ramais Belford Roxo e Gramacho a partir da estação Maracanã.
A SuperVia teme que avanço das ações criminosas no ramal de Deodoro inviabilize completamente a operação de trens do Estado do Rio de Janeiro - alerta.
Ação conjunta com a polícia
Para tentar atenuar esse problema, a SuperVia investiu mais de R$ 40 milhões em segurança no último ano. Além disso, o setor de segurança da empresa atua de maneira integrada com as polícias Militar e Civil, fornecendo informações que ajudem os órgãos de segurança pública a mapear a mancha criminal e a reduzir os casos de furto.