Foto: Divulgação Prefeitura de Mossoró |
A hidrocefalia é diagnosticada em duas a cada 10 mil crianças da América do Sul. No Brasil, segundo estudos epidemiológicos realizados pelo Hospital Albert Einstein, são registrados pelo menos 11 mil novos casos por ano. No entanto, ainda há muita subnotificação. Importante salientar que os pacientes que passam por tratamento apresentam melhoras significativas de saúde.
A hidrocefalia é o acúmulo do líquor (ou líquido cefalorraquiano) produzido no cérebro dentro das suas cavidades. A doença pode afetar em qualquer idade, acometendo mais bebês e pessoas com mais de 60 anos. Se não tratada, a hidrocefalia pode causar sérios danos cerebrais. Os sintomas mais comuns são fortes dores de cabeça, rigidez muscular, espasmos e cabeças extraordinariamente grandes.
A doença não tem cura definitiva, mas pesquisas identificaram que podem ser administradas diferentes formas de terapias e garantir autonomia ao paciente que recebem tratamento médico. “Nem todo caso precisa operar, o mais importante é fazer acompanhamento ideal. Boa parte (dos pacientes) evolui de maneira normal, sem maiores problemas no resto da vida”, explicou o neurocirurgião pediátrico, Alexandre Canheu.
Alexandre Canheu é considerado uma das dez maiores referências da neurocirurgia pediátrica do Brasil. O médico coordena o ambulatório de Neurocirurgia Pediátrica do Hospital Universitário (HU) de Londrina. Além disso, ele é um dos sócios da Clínica Pró-Kids, instituto especializado em tratamentos pediátricos.
Tipos
Há três tipos de hidrocefalia, sendo que um dos diagnósticos está mais ligado a idosos (a hidrocefalia de pressão normal acomete mais adultos e se desenvolve devido acidentes vasculares cerebrais, traumas na cabeça e/ou tumores. Muitas vezes, nesta idade, a doença causa demência e perdas cognitivas).
Em crianças, o tipo mais comum é hidrocefalia congênita. Normalmente, a malformação do sistema nervoso ocorre por fatores genéticos. Já a hidrocefalia adquirida se desenvolve após alguma doença infecciosa ou trauma na cabeça.
Tratamentos
A hidrocefalia pode ter duas causas clássicas em crianças: a obstrutiva é quando ocorre uma obstrução nas vias de drenagem e impede o fluxo natural do líquor, já a comunicante acontece depois de uma inflamação ou infecção, que impede a absorção do líquor.
“Uma vez diagnosticada a hidrocefalia, o ideal é que se faça uma ressonância para que o especialista possa fazer a avaliação e definir o diagnóstico (comunicante ou obstrutiva). Os tratamentos de uma forma geral são por sistema de derivação por válvula ou endoscopia. De uma forma genérica, as hidrocefalias obstrutivas são melhores tratadas por endoscopia especialmente nas crianças maiores. Já as hidrocefalias comunicantes são melhores tratadas pelo sistema de derivação independentemente da idade”, explicou o neurocirurgião pediátrico, Alexandre Canheu.