Fotos: Kristian Amarante/PMBR |
A Bienal do Livro, que está sendo realizada no Rio Centro, termina no dia 10. E Belford Roxo estará presente no evento, pois Victor Hugo da Silva Carvalho, aluno da Escola Municipal Manoel Gomes, e a orientadora pedagógica da mesma unidade, Márcia Joviano, estarão autografando, no dia 6 de setembro, o livro “Sarau Afro-indígena, uma coletânea de poemas organizada por Valéria Assis e Adriano Azevedo.
Com 199 páginas, o livro conta com poesias de 170 autores, dentre eles, alunos e professores da rede municipal de ensino da Baixada Fluminense. A obra também possui poesias de escritores convidados do Brasil, Moçambique e Suíça. As poesias foram reunidas pelas escritoras Márcia Ribeiro Joviano, Isabel Cristina, Gonçalves da Silva, Fernanda Lisboa e Ana Paula Cunha. O projeto social literário por trás do livro foi idealizado pela professora Valéria Assis, que promove encontros e saraus há mais de nove anos com a intenção de inserir os alunos no mundo literário.
Aluno do 7º ano da Escola Municipal Manoel Gomes, Victor Hugo da Silva Carvalho, 13 anos, participa da coletânea juntamente com os alunos Victor Hugo Madureira, 13, sétimo ano, Pedro Emanoel (ambos já mudaram de escola) e Eloah Andressa, 14, oitavo ano. “Sempre gostei de escrever. Então, aproveitei a oportunidade para desenvolver o dom entrando para o grupo “Invasores Poéticos” na escola e deu certo. Hoje tenho muita coisa escrita em casa. É um sonho participar da Bienal como autor”, detalhou Victor, cujo poema do “Sarau Afro-Indígena” se chama “Mudar”, na página 178, que Victor já decorou. “Amo poesia. Todo mundo precisa escrever. Isso faz bem. Estou muito feliz em participar da Bienal. Tenho certeza que em outras edições muitos alunos de Belford Roxo estarão no evento como autores”, destacou Marcia Ribeiro Joviano, autora da poesia “Entra na roda”, que fala com entusiasmo do grupo “Invasores Poéticos”.
O secretário municipal de Educação, Denis Macedo, enfatizou que o incentivo à leitura nas escolas é fundamental para os alunos aprimorem os textos e que tenham contato com diversos autores. “O trabalho do pessoal do grupo Invasores Poéticos merece ser destacado, pois eles mobilizam alunos para a leitura de diversos textos. É isso que mexe com o imaginário literário dos estudantes”, acentuou Denis.
Invasores poéticos
Criado há mais de 10 anos pela orientadora pedagógica Márcia Ribeiro Joviano e pelo professor Fábio Soares, o projeto “Invasores Poéticos” funciona em horário alternado na sala de leitura da escola Municipal Manoel Gomes. No local, os alunos declamam poesias e até apuram sua escrita literária. “A poesia me ajuda a externar meus pensamentos e a se comunicar. O grupo Invasores Poéticos me ajudou muito neste sentido”, avaliou Paloma dos Santos Montenegro, 12, que está no 7º ano. “Gosto muito de histórias e quadrinhos, mas já escrevi um rap. O projeto me desenvolveu muito”, emendou Dyjan Alves, 13, sétimo ano.
Superação. Esta é a palavra que descreve a trajetória da aluna Sophia Laura, 12, sétimo ano. Tímida, ela ainda sente dificuldade em falar com as pessoas. Ao entrar para os Invasores Poéticos, Sophia começou a melhorar e a interagir mais. Em junho, durante as festividades do meio ambiente, na Fazenda do Brejo, ela participou com desenvoltura durante a apresentação dos alunos. “Muitas vezes escrevo assuntos diferenciados. Ainda estou um pouco tímida, mas participar do Invasores Poéticos me ajuda muito”, concluiu a menina, que sonha em ser dubladora.
Desenvolta, a aluna Gabriele de Souza, 14, sétimo ano, gosta muito de ler. Ela prefere escrever em dias de chuva. Fã do escritor e novelista Manoel Carlos, Gabrielle revelou ser apaixonada pela personagem Helena, que Manoel Carlos sempre insere em suas novelas. “Eu fico recriando a fala da Helena, fazendo um novo texto. As pessoas gostam. Quando estava no curso de teatro na Casa da Cultura, o professor gostava desse tipo de texto refeito. Ler é muito bom”, arrematou a menina, que sonha em ser administradora de empresas.