Manter uma rotina de cuidados com a saúde é fundamental para uma vida de qualidade. A prática de exercícios físicos e alimentação saudável, aliados aos exames de rotina são imprescindíveis para o bom desempenho das funções corporais. O acompanhamento médico regular auxilia na identificação de patologias na fase inicial, havendo mais chances de tratamento simples.
Independentemente de idade, sexo ou condições físicas, é necessário reservar um tempo para atualizar os exames. “O termo “check-up” significa checar, conferir e é exatamente isso que a avaliação médica faz, além de rastrear possíveis doenças não apontadas pelo corpo por meio de sintomas”, explica o médico cardiologista Felipe Amorim Zarour.
Especialistas orientam que o ideal é ir às consultas uma vez por ano, mas essa média pode variar a depender das condições clínicas de cada paciente. Caso a pessoa apresente alguma patologia como hipertensão, diabetes, taxas elevadas do colesterol, entre outros, esse período pode ser mais curto.
“Por meio dos exames de rotina, avaliamos de forma particular cada paciente, considerando seus fatores de risco, histórico familiar para, em seguida, dar andamento no acompanhamento clínico. Em muitos casos, a detecção rápida de uma anomalia determina a cura ou agiliza o tratamento”, enfatiza o especialista.
O professor descreve os principais exames a serem solicitados para avaliação.
“Claramente depende da idade e de antecedentes familiares e pessoais, mas de forma rotineira, uma avaliação da performance cardiovascular com exame clínico e complementar nesse sentido (eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico), buscar por patologias de instalação silenciosa e crônica, tais como Diabetes Mellitus (glicemia), Dislipidemia (colesterol alto), disfunções da tireóide (hipo ou hipertireoidismo), avaliação de eventual anemia e as investigações para a sua causa; avaliação e atualização do calendário vacinal, sendo neste contexto de pandemia, algo fundamental, essencialmente nos pacientes mais idosos”.
Ele ainda ressalta que, no caso das mulheres, o acompanhamento ginecológico não pode ser negligenciado. Isso porque podem ser acometidas por infecções identificadas em avaliações específicas. Sabemos o impacto da realização do Papanicolau para identificação precoce de Câncer de colo de útero, bem como o benefício da realização rotineira de mamografia para rastreio de câncer de mama; além de eventuais casos de miomas (causa comum de anemia em mulheres).
Os homens também devem realizar um acompanhamento com médico urologista, principalmente a partir dos 40 anos. Há um aumento natural da próstata a partir dessa idade, que pode, eventualmente, levar a dificuldades miccionais, atrapalhando em muito a qualidade de vida do paciente e é claro, o toque retal; procedimento que ainda hoje, conta com um enorme preconceito, postergando um diagnóstico precoce de câncer de próstata, além da dosagem do PSA, que ajuda a complementar a investigação prostática.
“No campo da cardiologia temos de anomalias que podem se replicar de geração em geração, como alguns tipos de miocardiopatias, situações em que a carga genética é importante, porém, como mudanças no estilo de vida, conseguimos diminuir a incidência, como nas coronariopatias, situação que pode levar a um infarto, além de situações onde o paciente desenvolve individualmente alguma situação clínica, como valvopatias, ou patologias que geram distúrbios do ritmo cardíaco (taqui ou bradiarritmias). Em suma, as avaliações cardiológicas devem ser feitas, dependendo da indicação, até mesmo antes do nascimento (através de ecocardiograma fetal) e durante toda a vida”, completa Zarour.