Falsa médica é presa dentro de clínica em Duque de Caxias

DUQUE DE CAXIAS - Policiais civis realizaram uma ação fiscalizatória conjunta com o Conselho Regional de Odontologia (CRO). O alvo foi uma clínica estética e dentária localizada no Centro de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Os agentes da Delegacia Especial de Crimes Contra o Consumidor (Decon), diligenciaram ao local para verificar informações obtidas através do monitoramento de anúncios em redes sociais, de serviços estéticos e odontológicos a preços populares. O objetivo era apurar a atuação ilegal de profissionais.

No estabelecimento, eram realizados procedimentos como harmonização facial, preenchimento, aplicação de botox, pequenas cirurgias de nariz e pálpebra, entre outros. As equipes encontraram quatro dos cinco consultórios existentes ocupados por supostos profissionais do ramo.

Após verificação, foi constatado que dois destes profissionais eram dentistas habilitados, contudo, os proprietários, que também realizavam atendimento clínico, não possuíam inscrição no Conselho Regional de Medicina (CRM). Ambos vestiam, inclusive, avental e jaleco próprio de profissionais da área de saúde. Ao serem confrontados, os dois alegaram que eram formados em medicina na Venezuela, porém, não possuíam revalidação do diploma de medicina no Brasil e não apresentaram qualquer documentação comprobatória.

Na chegada dos policiais, a dona se identificou como integrante do Corpo de Saúde do Exército Brasileiro, contudo, foi descoberto que ela foi militar temporária no Amazonas, como técnica de enfermagem, e sofreu processo de exclusão por deserção em 2022.

Não obstante ao impedimento para exercerem a medicina no Brasil, os agentes levantaram que o casal alugava os consultórios da clínica para profissionais devidamente habilitados, com a finalidade de confundir os clientes e transmitir uma suposta aparência de legalidade na atuação dos falsos profissionais.

Também foram encontrados medicamentos anticoagulantes de uso odontológico com data de validade vencida, além de seringas e demais materiais descartáveis já utilizados guardados em um armário. Os agentes ainda apreenderam carimbos, agendas de marcação de consultas e cartões de visitas dos conduzidos.

Enquanto estavam no local, uma cliente que havia sido submetida a um procedimento de harmonização facial dias antes chegou na clínica dizendo que teve que ser medicada na UPA da cidade, e reclamava de fortes dores e inchaço no rosto, cobrando explicações.

Os medicamentos impróprios para uso e demais materiais foram apreendidos e o casal encaminhado à especializada. A dona ficou presa em flagrante pela prática de crime contra as relações de consumo, e o marido dela responderá em liberdade por exercício ilegal de medicina.