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"A detecção de microplástico no coração humano instaura urgência para compreender as implicações da substância", aponta biólogo

quinta-feira, fevereiro 29, 2024

/ by Jornal Destaque Baixada

Foi publicado pela revista científica Environmental Science & Technology que médicos chineses encontraram resíduos de microplásticos no coração humano pela primeira vez . Essa revelação, resultado da análise de amostras de corações de pacientes submetidos a procedimentos cardíacos, reforça a preocupação sobre os impactos dos microplásticos na saúde humana.

Segundo o biólogo Paulo Jubilut, fundador da plataforma de educação Aprova Total, a presença anteriormente identificada de microplásticos em partes mais expostas do corpo humano, como boca, ânus, pulmões e sangue, já havia levantado questões sobre os efeitos desses resíduos. "A detecção de microplástico no coração humano instaura urgência para compreender as implicações da substância", aponta.

O plástico, apesar de seu papel crucial em diversas áreas da sociedade moderna, também é responsável por uma crise ambiental global. Como ressalta Jubilut, se o plástico trouxe inegáveis benefícios, como a produção de seringas descartáveis para pacientes diabéticos, veículos mais leves que consomem menos combustíveis fósseis e embalagens que prolongam a vida útil dos alimentos, seu descarte descontrolado está resultando em danos irreversíveis ao meio ambiente.

Desde 1950, mais de 8,9 bilhões de toneladas de plástico foram produzidas, sendo que metade dessa quantidade surgiu após 2004. No entanto, apenas uma pequena fração desse volume é reciclada. Grande parte acaba em aterros sanitários ou na natureza, onde pode persistir por centenas de anos, fragmentando-se em microplásticos que contaminam ecossistemas terrestres e aquáticos.

Os microplásticos, definidos como partículas de plástico com menos de 5 mm, estão amplamente disseminados na natureza e já foram detectados em diversos alimentos, incluindo peixes, mariscos, sal, cerveja, mel e açúcar. Esses resíduos, ao serem ingeridos por organismos, podem potencialmente liberar substâncias químicas prejudiciais, como o PVC, bisfenol (BPA) e polipropileno, com possíveis efeitos negativos na saúde humana, incluindo disfunções metabólicas e alterações hormonais.

Além das preocupações com a saúde humana, os microplásticos representam uma ameaça significativa para a vida marinha, com mais de 700 espécies sendo afetadas pelo acúmulo desses resíduos nos oceanos. A poluição plástica também interfere nos processos naturais dos ecossistemas aquáticos, como a fotossíntese do fitoplâncton, essencial para a cadeia alimentar marinha.

Diante desse cenário preocupante, Jubilut destaca a necessidade de ações urgentes e coordenadas para enfrentar a crise do plástico. Propostas incluem o desenvolvimento de produtos duráveis e reutilizáveis, legislação que promova a reciclagem e o retorno responsável do plástico à indústria, investimento em biotecnologia para degradação de plásticos e a promoção de alternativas biodegradáveis.

O Brasil, como o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo, enfrenta desafios significativos nesse sentido, com apenas 1% do plástico produzido sendo reciclado. Para mitigar os impactos da poluição plástica, é fundamental aumentar os esforços de reciclagem e adoção de práticas sustentáveis em toda a cadeia produtiva e de consumo.

Em meio a essas preocupações crescentes, a comunidade científica, os governos e a sociedade civil devem unir forças para enfrentar o desafio global da poluição plástica e proteger a saúde humana e o meio ambiente para as gerações futuras.
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