A imunidade de uma criança começa a ser estabelecida ainda na gestação, quando a mãe transfere anticorpos para o bebê. Após o nascimento, além da necessidade da vacinação estar em dia para garantir a prevenção de doenças, é fundamental se atentar às refeições dos pequenos. Afinal, uma alimentação inadequada na infância pode contribuir com comprometimento do estado nutricional e, a longo prazo, favorecer no desenvolvimento de doenças como obesidade, diabetes, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares.
“No público infantil, é comum observar substituições de refeições principais por lanches considerados não saudáveis, como refrigerantes, salgados, frituras e doces. Além do alto teor de sal, gordura e açúcares, eles resultam em uma menor ingestão de nutrientes essenciais para o desenvolvimento. Essas carências podem contribuir para a piora da imunidade, como a deficiência de vitamina A e ferro, acarretando em problemas no crescimento e maior suscetibilidade para o desenvolvimento de diarreia e problemas respiratórios”, explica a nutricionista do São Cristóvão Saúde, Danielle de Paula Scaldelai Ferreira, pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional e pós-graduanda em Nutrição em Oncologia.
De acordo com a especialista, é recomendado o estímulo ao consumo de alimentos in natura e/ ou minimamente processados, evitando assim os alimentos industrializados. “Podemos considerar esses fatores olhando a rotulagem nutricional, onde os alimentos serão listados e descritos da maior para a menor proporção.”
Acrescentando valores nutricionais no cardápio
A nutricionista Danielle Scaldelai sugere que a alimentação da criança leve em consideração a textura adequada para cada faixa etária, evoluindo das papas e alimentos amassados até uma consistência próxima à que um adulto consome. “Além disso, no preparo dos pratos é preciso ter a presença de todos os grupos alimentares de forma adequada”:
Leguminosas: Grupo dos feijões (branco, carioca, preto, verde), soja, lentilha, grão de bico, ervilha. “São ricas em proteínas vegetais, fibras, ferro, zinco, vitaminas do complexo B, que podem ser ofertados a partir dos 6 meses de vida da criança”;
Cereais, raízes e tubérculos: Seleção onde carboidratos como o arroz, pão, macarrão, aveia, milho, trigo, batata, cará, inhame e mandioca são incluídos. “Responsáveis por fornecer energia ao nosso organismo, principalmente para a criança conseguir brincar, crescer e se desenvolver”, comenta Danielle. São fontes de fibras, minerais, vitaminas como a B1 e ácido fólico;
Verduras e legumes: Ricos em vitaminas e minerais, responsáveis por disponibilizar nutrientes para o nosso organismo manter um bom funcionamento e atuar com mais eficiência na imunidade. “Conseguimos uma boa disponibilidade desses nutrientes deixando o prato bem colorido, pois a cor do alimento define o nutriente predominante e terá uma atuação específica no nosso corpo”, explica;
Ervas e especiarias: Priorize temperos naturais como orégano, louro, alecrim, salsinha, coentro, cebolinha, alho, cebola, pois são mais nutritivas e não têm sal acrescido na composição;
Carnes e ovos: Frango, ovo, peixe, carne bovina e suínos são fontes de proteínas, vitaminas como B12, ferro e zinco, que garantem a formação de músculos e o crescimento infantil de forma adequada.
A especialista do São Cristóvão Saúde sugere um modo de incluir essas variações no dia a dia da criança: “Apresente tais alimentos de diversas formas (cozidas, cruas, amassadas ou em pedaços) por pelo menos 10 vezes, mesmo com a recusa, pois assim a criança conhecerá a textura, aparência e sabor do alimento em suas diversas formas de apresentação”.
Desse modo, a nutricionista finaliza com uma dica de refeição, válida por exemplo para o almoço ou jantar do pequeno:
Opção 1: Arroz, feijão, carne de panela com agrião, purê de abóbora e manga picada;
Opção 2: Macarrão com cenoura picada, couve, frango desfiado e abacaxi.
Já para café da manhã e lanches, as opções recomendadas são as seguintes:
A) Vitaminas com frutas e aveia + sanduíche natural;
B) Salada de fruta + iogurte + aveia ou cereal matinal;
C) Pão com requeijão + mamão picado e achocolatado.
Gostou das dicas? Lembre-se de sempre recorrer a uma profissional especializada para auxiliar na saúde da criança. Assim, é possível verificar necessidades individuais, de acordo com a faixa etária e cotidiano de cada paciente, adaptando a rotina e dieta de forma simples, mas eficiente.
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