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Baterias solares são alternativa para fugir de apagões

quinta-feira, março 21, 2024

/ by Jornal Destaque Baixada


As baterias solares usadas em sistemas fotovoltaicos que funcionam sem conexão total ou parcial à rede elétrica, como os autônomos (off-grid) e os híbridos, têm ganhado notoriedade no setor elétrico, por proporcionar mais independência energética aos consumidores em meio a uma série de apagões pelo Brasil.

Em São Paulo/SP, por exemplo, a combinação entre ondas de calor e falhas no fornecimento de eletricidade tem sido cada vez mais comum. Nesta semana, cerca de 35 mil moradores ficaram sem eletricidade em diversos bairros da Capital – em alguns pontos, por mais de 30 horas. O problema, que afetou residências, estabelecimentos comerciais e órgãos públicos, teria sido causado por uma falha na rede subterrânea da Enel.

Essa não é a primeira vez que a cidade sofre com a falta (ou instabilidade) de energia elétrica em épocas de altas temperaturas. Em novembro do ano passado, mais de 2 milhões de consumidores foram afetados pela interrupção do serviço em toda a região metropolitana – parte deles, por vários dias. O caso rendeu uma multa milionária à distribuidora e, agora, coloca a renovação da concessão na mira do MME (Ministério de Minas e Energia).

A realidade, porém, não se restringe aos paulistanos. Em agosto do ano passado, foram registrados blecautes e racionamentos de energia em todas as regiões do País, devido à abertura da interligação Norte-Sudeste. Outros incidentes de grande repercussão também foram registrados recentemente, como os do Rio de Janeiro; da região do Vale do Paraíba, também em São Paulo; e do Ceará.

Na opinião de Túlio Fonseca, CEO da Energy Brasil, situações como essas tendem a se repetir com frequência, independentemente do município e da concessionária. Entre os principais motivos estariam os eventos climáticos extremos; os recordes de consumo, especialmente em grandes centros; e a precariedade dos sistemas de transmissão e distribuição para atender aos picos de demanda.

“Quando dependemos do SIN (Sistema Interligado Nacional), estamos sujeitos a muitas variáveis, que influenciam na oferta e no preço da energia. Cada vez que ocorre um apagão, as empresas deixam de vender, os pacientes têm seus tratamentos prejudicados, as famílias perdem a comida refrigerada, enfim, há um prejuízo socioeconômico incalculável para a população em geral”, afirma ele.

Uma das soluções para evitar transtornos relacionados a falhas no fornecimento de eletricidade a imóveis urbanos e rurais é a instalação de sistemas fotovoltaicos que utilizam a tecnologia das baterias, como as modalidades off-grid e híbrida. Assim, a produção excedente de energia é armazenada e pode ser usada em qualquer horário do dia, mesmo quando há indisponibilidade da rede pública.




“O uso de baterias começa a despontar no mercado de energia solar fotovoltaica, justamente por permitir mais autonomia às pessoas e empresas. Essa tendência se deve não só à necessidade dos consumidores, mas também à democratização dos equipamentos. Na última década, por exemplo, o valor médio das baterias de lítio no mercado internacional caiu, em média, cerca de 80%”, diz Fonseca.




Segundo o empresário, as baterias solares, inclusive, são uma alternativa interessante para quem não dispõem de fornecimento de eletricidade permanente e confiável. “Os geradores convencionais movidos a óleo diesel são barulhentos, emitem gases poluentes na atmosfera e representam altos custos com combustível e manutenção. Ao substituí-los, há mais economia, segurança e sustentabilidade”, destaca.
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