A Prefeitura inaugurou a moderna maternidade Hospital Iguassú para atendimento às gestantes de médio e alto risco, com capacidade para realizar cerca de 2,6 mil atendimentos por mês. A abertura da nova unidade, um sonho antigo da população iguaçuana, vai ampliar os serviços de saúde oferecidos pela cidade.
Administrado desde sua abertura, em 1935, pela Associação de Caridade Hospital Iguassú, a unidade não integrava a rede municipal de saúde e estava fechada desde 2009 por falta de condições administrativas e estruturais de atendimento. Após uma disputa judicial, que foi finalizada em 2020, a Prefeitura assumiu a gestão e deu início à reforma e modernização do prédio.
O prefeito Rogerio Lisboa esteve presente na inauguração, acompanhado do governador do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, do presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Nova Iguaçu, Dudu Reina, e demais autoridades do poder público. Eles visitaram todas as instalações do Hospital Iguassú, que também leva o nome da Maternidade Mariana Bulhões, em homenagem à parteira que ajudou no nascimento de mais de 20 mil crianças na região da Baixada Fluminense.
“Esse hospital tem um valor sentimental enorme para a cidade. Meu avô esteve aqui, em 1935, fazendo a mesma coisa que nós estamos fazendo hoje, entregando uma unidade nova, moderna e mais confortável para a população. É um ganho imenso para a saúde de Nova Iguaçu e, certamente, milhares de iguaçuanos irão começar aqui as suas histórias”, destaca emocionado o prefeito.
Após a inauguração, o Hospital Iguassú passará por um processo de higienização. A expectativa é que a partir da próxima sexta-feira (5) as pacientes e os bebês que estão internados na Maternidade Mariana Bulhões comecem a ser transferidos de forma gradual para a unidade. Paralelamente, os atendimentos de emergência às gestantes de Nova Iguaçu e da Baixada Fluminense também terão início, por livre demanda, com funcionamento todos os dias por 24 horas. A nova unidade vai absorver toda a demanda de gravidez de alto risco da antiga Maternidade Mariana Bulhões, que permanecerá funcionando para casos de baixa complexidade.
“É um orgulho e uma felicidade muito grande ver isso acontecer. A gente pôde trazer o hospital de volta ao funcionamento, com instalações modernas, ambiente acolhedor, maior segurança no atendimento às gestantes, aos bebês e aos funcionários. É um hospital que fica no coração da cidade e tem um apego emocional muito grande para a população”, explica o secretário municipal de Saúde de Nova Iguaçu, Luiz Carlos Nobre Cavalcanti. “1935 foi histórico para Nova Iguaçu, e hoje, em 2024, também é um ano histórico para a cidade pela inauguração do Hospital Iguassú”.
Estrutura do hospital
O Hospital Iguassú Maternidade Mariana Bulhões tem, no total, 112 leitos, sendo 68 deles distribuídos em 17 enfermarias coletivas, 20 na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal, 10 na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais (UCIN), cinco na UTI Materna e outros nove distribuídos em quartos de pré, pós e parto (PPP), uma das grandes novidades da unidade de saúde. A maternidade também conta com consultórios para atendimentos de emergência, duas salas de cirurgia com equipamentos de ponta.
Humanização no atendimento
O Hospital Iguassú conta com o Espaço Carinho, um setor exclusivo para mães que perderam seus bebês, com acompanhamento de assistente social e psicólogo, entre outros profissionais. Para as mães que receberem alta, mas o seu bebê ainda precisa permanecer internado na UTI, foram criados dois espaços chamados de “Casa da Gestante, Bebê, Puérpera (CGBP)”, onde aquelas que não tiverem condições de irem para casa, serão acolhidas até a liberação médica da criança.
A unidade de saúde contará ainda com um estúdio fotográfico para registros das gestantes e seus bebês, que, após a alta, podem levar a foto como recordação. Haverá também um spa para cuidados estéticos das gestantes, com serviços de manicure e pedicure, por exemplo.
Para se tornar uma unidade voltada exclusivamente a gestantes, o hospital foi totalmente remodelado, incluindo a troca de instalações elétricas e hidráulicas, tubulações de oxigênio, adequações de leitos e UTIs, reforma do telhado, entre outras intervenções na parte estrutural. Recebeu também camas/leitos e berços mais modernos, com balança de pesagem acoplada, respiradores, aparelhos de ultrassom, climatização, um novo refeitório, elevadores e toda estrutura necessária para atender de forma humanizada e confortável tanto mães e bebês como seus acompanhantes.
História
Para preservar a parte histórica do hospital, foi construído o Memorial Iguassú, no subsolo do prédio, com fotos da construção, do lançamento de sua pedra fundamental, em 1931, com a participação do então presidente Getúlio Vargas, e da inauguração. A fachada com a histórica escadaria e também a da lateral foram preservadas, passando por revitalizações.
O Hospital de Iguassú foi construído pela Prefeitura em uma praça pública (Praça João Pessoa) e inaugurado em 31 de março de 1935 pelo então prefeito Sebastião Arruda Negreiros. Desde então, passou a ser administrado pela Associação de Caridade Hospital Iguaçu como um hospital filantrópico para atender a população da cidade. Após seu fechamento, há 15 anos, a atual gestão municipal precisou resolver um imbróglio judicial a respeito da propriedade do imóvel, situado na Rua Getúlio Vargas n.º 222, Centro.
A Associação de Caridade reivindicava a posse do terreno, mas a Prefeitura assegurou o direito sobre o imóvel, uma vez que a posse da gestão não implicou na transferência da propriedade. Somente após a disputa judicial vencida pela Prefeitura foi possível abrir processo de licitação e iniciar a obra.