O Sesc RJ apresentou a obra “Kawó – o rei chama”, com idealização, direção e dramaturgia de Gabriel Mendes. No palco seis atores negros, acompanhados de dois músicos, constroem e personificam uma África ancestral, mítica e carregada de simbologias. O espetáculo foi selecionado pelo Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar 2025 e irá circular por diversas Unidades do SESC RJ. Neste domingo (16-03), às 16h, a história de 65 minutos será contada no Sesc de São João de Meriti (- Av. Automóvel Clube, 66 – Centro). A censura é livre e os ingressos custam R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia).
Trilogia dos Orixás
“Kawó – o rei chama”, terceira parte da Trilogia dos Orixás, o primeiro foi a cena curta Jogo da Velha, seguido de Omi – do leito ao mar, e todos momentos desta trilogia contemplados por premiações.
Espetáculo teatral voltado para o público infanto-juvenil recebeu, recentemente, 17 indicações na 9ª edição do prêmio CBTIJ, incluindo melhor espetáculo, melhor direção, melhor elenco, melhor direção de produção e 3 indicações em atuação cênica, entre outras.
Trajetória do orixá Xangô
O espetáculo é centrado na trajetória do orixá Xangô, importante divindade presente na mitologia do povo Iorubá Nagô, representante da justiça, do fogo e do trovão. Com elenco formado de atores e atrizes negros, celebra a herança ancestral desse povo e dessa figura, transportando o público para uma Nigéria mítica, em que uma família prepara um grande banquete para que, ao redor do fogo, possam lembrar de antigas histórias que ajudam a perpetuar Xangô como um grande homem e um deus ainda maior. Através de cada itan (mitos da tradição iorubá) é possível explorar a relação dessa figura e de seu povo, entendendo suas glórias e imperfeições, como também sua trajetória até se tornar um orixá.
Conhecimento incalculável
"Nosso espetáculo dialoga com o entendimento que no saber informal há um conhecimento incalculável e não existe presente e futuro possíveis sem entender sua origem e ancestralidade (o que ao longo da história foi negado àqueles que descendem dos homens e mulheres trazidos do continente africano para serem escravizados no Brasil.). São histórias que precisam ser contadas a esses jovens ouvintes para que esses se reconheçam naquilo que ouvem e percebam que a nossa história começou antes mesmo de ter começado”, finalizou Gabriel Mendes. “Kawó – o rei chama é uma montagem que nasce da vontade de apresentar outros reis e rainhas para nossas crianças. Reis e rainhas negros, assim como os atores que estão no palco, protagonizando suas próprias histórias e com voz para dizê-las para o mundo inteiro", completou o diretor.