De acordo com a Absolar, o Brasil atingiu a marca de 2 milhões de residências que contam com instalações de energia solar fotovoltaica nos telhados, totalizando uma potência instalada de 13 gigawatts (GW). São Paulo é o estado que lidera o ranking, com 385,4 mil residências com centrais solares, enquadradas como microgeração distribuída, ou seja, aquelas com até 75 quilowatts (kW) de capacidade instalada. Rio Grande do Sul (303,2 mil), Minas Gerais (291,8 mil), Paraná (176,5 mil) e Bahia (173,5 mil) vêm na sequência.
São vários os motivos que levam cada vez mais pessoas aderirem à energia solar em suas casas, entre elas destacam-se os benefícios financeiros e ambientais. Financeiramente falando, o sistema solar permite reduzir o orçamento mensal gerado com o consumo de energia elétrica. Mesmo que o sistema tenha sido adquirido através de um financiamento, geralmente as parcelas ficam mais baratas do que a conta de energia elétrica. Além disso, o consumidor não fica exposto aos reajustes periódicos das concessionárias. Em 2015, por exemplo, alguns estados reajustaram os valores das taxas e tarifas em mais de 30%. Também não há tarifações adicionais de bandeira como aconteceu, por exemplo, em 2020, com a crise hídrica que onerou bastante as faturas de energia elétrica. Em se tratando do meio ambiente, a energia solar não emite CO2 e nem gasta água para a sua produção. Diferente do que muitas pessoas pensam, a placa é totalmente reciclável e tem uma vida útil de mais de 30 anos.
Embora o sistema fotovoltaico seja simples, sua instalação exige alguns cuidados, como orienta Rodrigo Bourscheidt, fundador e CEO da Energy+, rede de tecnologia em energias renováveis. ”Se o sistema for instalado sobre um telhado, é necessário fazer uma boa avaliação estrutural para ver se ele aguenta as placas. Também uma boa avaliação elétrica para ver suporta a potência do inversor instalado. Tudo isso tem que ser feito antes, pois os maiores problemas que acontecem nas instalações são identificados após a venda e a entrega dos produtos, durante a instalação, e muitas vezes não tem muito como resolver”, diz Bourscheidt. “É muito importante que seja feito todo o diagnóstico da instalação, que envolve estrutura civil, estrutura física do telhado e a estrutura elétrica para, entendendo tudo isso, fazer a aquisição, a compra e, posteriormente, a instalação do sistema”, acrescenta o executivo.
Uma dúvida comum dos consumidores é saber se a incidência de luz solar na região da residência influencia na qualidade de energia produzida pelo sistema fotovoltaico. De acordo com Bourscheidt, o Brasil tem a melhor incidência solar do mundo. “Se eu pego o pior endereço do Brasil em incidência solar, ele é muito superior ao melhor endereço da Alemanha, por exemplo, em captação de energia solar”, compara. “Então mesmo que a região tenha menos incidência solar, isso será compensado com uma quantidade maior de placa solar, mas ainda assim, vale muito a pena o investimento para a transição energética da residência”, completa.
Com toda a estrutura pronta para receber o sistema solar, chegou a hora de avaliar quantos paineis fotovoltaicos serão necessários para abastecer a residência. Para fazer este cálculo, a empresa primeiro analisa quanto aquela casa consome mensalmente de energia. Depois é feito um levantamento sobre a incidência solar no local onde fica a residência, a inclinação e a direção que está o telhado. Por exemplo, um telhado voltado para o leste produz menos energia do que o telhado voltado para o norte. “Com todas essas informações em mãos, é possível fazer o cálculo da quantidade de painéis para abastecer a casa. Hoje uma residência pequena consome em média 500 kWh, e uma residência maior, 1.000 kWh. Então, 500 kW vai girar entre 8 a 10 placas e 1.000 kW entre 15 a 20 placas”, explica Rodrigo.
O próximo passo é saber quanto terá que desembolsar para custear o sistema de energia solar. Um projeto entre 8 a 10 placas fica em torno de R$ 15 mil a R$ 20 mil, e com 15 a 20 placas, em torno de R$ 30 mil a R$ 32 mil reais. “Fazendo uma conta simples, por exemplo, em São Paulo, Paraná e Santa Catarina, onde o preço médio do kWh é R$ 0,85, uma casa que consome 1.000 kWh, gera uma economia mensal de R$ 850,00, ou seja, o morador terá seu retorno financeiro em 36 meses”, diz o CEO da Energy+.
Cada dia mais o futuro está se tornando sinônimo de sustentabilidade e nesse cenário a energia solar ganha cada vez mais espaço. “Utilizar esse tipo de produção é contribuir para um mundo melhor e mais sustentável, além de representar um alto desenvolvimento tecnológico. Em breve, é possível que a energia renovável seja tão ou mais utilizada que a energia fóssil, e isso será maravilhoso”, conclui Bourscheidt.