Coordenadores e técnicos de todos os equipamentos sociais da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc) de Belford Roxo participaram de uma palestra de capacitação na manhã desta segunda-feira (28/04). O evento aconteceu no auditório da secretaria e abordou o tema: “Migração, Refúgio e enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e ao Trabalho Escravo”. Participaram como palestrantes, a coordenadora de Políticas de Migração e Refúgio Maria Fernanda Lafond, a Coordenadora de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo, Júlia Kronemberger, ambas representantes da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (Sedsdh) e o Procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Thiago Gurjão.
O secretário Municipal de Assistência Social e Cidadania, Diogo Bastos, fez a abertura do evento. “Estamos sempre fortalecendo a rede. Nosso foco é o usuário. O cidadão que nos procura, seja nos abrigos, nos Cras (Centro de Referência de Assistência Social), Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) e Centro Pop (Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua) tem que ser sempre bem atendido, orientado, acolhido e encaminhado”, assegurou.
Mais de dois mil trabalhadores em situação análoga à escravidão
O Ministério do Trabalho e Emprego realizou, no ano passado, mais de mil ações fiscais de combate ao trabalho análogo à escravidão. De acordo com dados do ministério foram encontrados mais de dois mil trabalhadores atuando, submetidos a condições degradantes e desumanas, semelhantes as ações de escravidão, abolida no Brasil em 1888. “Não há na Semasc informações de casos de trabalho escravo no município, de migração e refugiados. Mas o tema da capacitação é complexo e interessante. Quem escolheu trabalhar na Assistência Social tem que ter conteúdo suficiente para atuar em qualquer eventualidade social do dia a dia”, disse Diogo.
Enfrentamento ao tráfico de pessoas
Para o Procurador do MTT, Thiago Gurjão, que também é coordenador regional de Erradicação do Trabalho e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Conaete) conversar sobre o tema é importante para toda sociedade. “Para quem atua no serviço público também é importante abordar o assunto. O trabalho escravo, por exemplo, é velado. Quem é explorado raramente tem noção do que é submetido. Às vezes até mesmo quem explora, não percebe a gravidade”, disse. Segundo ele, situações análogas à escravidão ocorrem nos grande centro urbanos e em trabalhos domésticos.
A migração, o refúgio e o tráfico de pessoas merecem um cuidado especial. Maria Fernanda e Júlia Kronemberger defenderam que o serviço público deve estar capacitado e preparado para atender e receber. “São questões diferentes, mas que a qualquer momento podem estar inseridas no contexto de assistência social”, asseguram.
“Informação nunca é demais. As coisas mudam a toda hora. É preciso estar atento para novas leis e atualizados em toda forma de fazer política. A gente está sempre aprendendo, seja como coordenadora ou como técnica para exercer um trabalho de excelência e servir com qualidade”. A avaliação é da Coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas I), a assistente social Angélica Soares Miranda.
Também Assistente Social, Ana Martins coordena o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas II), localizado no Bairro Santa Amélia, participou da palestra de capacitação ao lado da amiga Angélica. Para ela, toda capacitação é bem-vinda. “É extremamente importante obter novos conteúdos. É uma intervenção efetiva que garante o direito de cidadania na ação de nossos trabalhos”, destacou Ana Martins.